1 de fev. de 2017
5 de dez. de 2016
Eu não consigo dormir ...
Dezembro sempre vem acompanhado de pessoas gratas pelo que aconteceu ao longo do ano. É o mês onde vemos luzes, decorações, cor vermelha em quase todo lugar, vemos afeto, abraços longos e comemos até não aguentar mais ver comida na nossa frente - a não ser que seja sorvete.
Dezembro sempre me faz bem, me trás momentos bons com a minha família e amigos. Todos, sempre com o coração transbordando de gratidão. Muitos dos meus amigos postam agradecimentos as pessoas que tiveram ao lado ao longo ano. Eu poderia postar também. Mas esse post não vai ser desses...
2016 começou bem, tudo ia como o esperado, escola nova, amigos novos, rotina nova... Até março mais ou menos. Um dia, com nada de especial, acordei estranha, enjoada, inquieta, enquanto escovava os dentes, meu coração apertou que até doeu no peito. Engoli o dramin e fui pra aula, que correu normal, sem nada de mais.
Com o passar dos meses só piorou. Conversei com várias pessoas sobre isso, mas todos me disseram a mesma coisa: Que frescura. Como eu disse, fui o 12. No meio do ano, com a chegada da festa junina, me envolvi mto com a gincana da escola. O que valeu a pena, pois ganhamos a festa junina. Isso me animou por um tempo.
As férias do meio do ano acabaram, hora de voltar a rotina. Rever os amigos é sempre sensacional. Tenho que subir uma rampa até que grandinha e andar um pouco pelo corredor pra chegar na minha sala. Subi em grupo, rindo alto com meus amigos, como sempre. Eu fui o 12.
No final da rampa meu estomago deu uma reclamada, que eu ignorei, mas cada passo que eu dava, me faltava ar, meu estomago tava girando na minha barriga e eu comecei a ficar tonta. Encostei no murinho que da pra ver a rua e respirei fundo.
Os dias vivaram eternidades, os enjoos e ânsias frequentes. Um sufoco espremia minha garganta, as vozes das pessoas criavam paranoias que ficavam gritando na minha cabeça. Eu comecei a me entupir de dramin, assim dormia a tarde toda, virou minha droga, não queria acordar, não tirava os fones, quando eu deitava, a pressão no meu corpo era quase insuportável. Até que um dia, de noite, mesmo com o dramin, coloquei até o que não tinha pra fora, por causa dos enjoos, eu não comia - dois desmaios no mesmo dia. O médico me disse que era virose. Descobri que não. Aquele finalzinho da rampa, o corredor virou minha tortura, eu segurava no meu pretinho, que sempre tava sorrindo pra mim, e pedia pra que isso parasse. Tinha alguma coisa pesando nas minhas costas, bloqueando minha visão. Nem vou contar de quantas vezes minha rinite atacou, das enxaquecas, das febres e das dores no corpo. Meu coração batia tão rápido que chegava a doer, mesmo sentada. Minha alma ficou doente. Durante vários momentos do dia, eu saia, sentia minhas pernas falharem, não respirava.
Mas como eu disse, eu fui o 12. E sempre vou ser um número, sempre vou ser mais uma. Eu sou a estatística, eu sou a porcentagem. Eu só faço volume. Eu sou uma a menos, ou uma a mais - afinal, tanto faz. É frescura, não quer nada da vida, tá fazendo show. Eu sou aquele zero a esquerda que não faz falta.
Outras trocentas coisas que apertaram mais ainda o nó na minha garganta aconteceram. Me sufoquei sozinha.
Te digo, não é frescura, é bem sério até. Se quiser ajuda, pode chamar. Ansiedade e depressão são as piores doenças, pois são doenças da alma. Ninguém leva a serio. Mas relaxa, te digo que tudo passa. Se quiserem, to aqui.
29 de jun. de 2016
Times Like These
Hoje vai ser mais uma noite que você queria que passasse em um piscar de olhos.
Hoje vai ser mais uma noite em que você não vai dormir.
Hoje vai ser mais uma noite gélida, escura e sozinha.
Hoje vai ser mais uma noite em que você vai repassar aquela conversa inúmeras vezes na sua cabeça.
Hoje vai ser mais uma noite em que você vai se lembrar das conversas, dos toques, das risadas, dos cafunés e do gosto doce do beijo.
Hoje vai ser mais uma noite em que você só queria se jogar no chão, fazer birra e pedir desesperadamente para que ele ficasse.
Mas, você sabe que não pode, nem deve, fazer isso. Menina, o amor não te machuca, o que te fere é a falta dele. Por hora, se cure, não procure um outro amor para preencher o vazio que este deixou, mas o preencha de amor próprio até que transborde, conserte suas asas e voe de novo. Ele não é o centro da sua vida. Que tudo o que você for fazer, não seja forçado. Que tudo que você for pedir, não seja mendigando. Eu sei que é mania nossa querer as pessoas só pra gente, mas muitas vezes as pessoas não querem ser só da gente. Não vai doer para sempre, te prometo. Está tudo bem não estar bem. Ninguém tem todos os dias perfeitos. Saia com os seus amigos, de risada até sua barriga doer, deixe o volume do rádio no máximo enquanto estiver lavando o cabelo, dance até não conseguir ficar de pé e veja o sol nascendo, como um presente.
29 de abr. de 2016
Eu Sou Maré
Eu não sou complicada, você que não soube lidar comigo. Você que escolheu ficar no raso, quando deixei você mergulhar fundo, porém, você teve medo de se afogar. Você teve medo de se machucar nos meus corais carregados de história. Eu te disse que sou maré, ora baixa, ora alta. Portando, não estranhe quando eu recuar. Querido, você preferiu curtir a brisa fresca, com a água calma vindo de encontro aos seus pés, não quis conhecer o colorido da vida que tem no lá fundo. Você é muito cabeça, menos corpo, eu sou equilíbrio dos dois. Você pensa para frente demais, e esquece o agora, tropeçando nos próprios pés. Eu morro, para renascer. Eu explodo, para achar meus pedaços de novo, e montar de um jeito diferente de antes. Eu queimo, pego fogo, você é apenas faísca. Minhas cicatrizes te assustam, pois contam fatos com os quais você não sabe lidar.
Pelo visto, vou continuar no aguardo, de alguém que se jogue de cabeça e braços abertos, nos meus infinitos.
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