28 de jan. de 2016

Keep waiting


       Eu não aguento esperar. Tenho a mania de ir fazer, de ficar batendo a perna. Não gosto de esperar por outras pessoas, vou sozinha se assim for necessário. Sou direta, sincera, não gosto de mimimi. Você também?

''Enquanto você para e espera
Eu ando, invado
Eu abro a porta e entro.'' 

       Mas as vezes que dei de cara na porta foram incontáveis - minha testa tem cicatrizes até - as vezes que cai por não ver um obstaculo, sem contar quando errei o caminho por ir rápido demais, tendo que voltar, com cara de derrotada e em cacos. É algo mais forte que eu, um tique, alguma coisa em combustão, um nervosismo, alguma coisa que fecha minha garganta e embrulha meu estomago. Mas só aprendo quando erro. Não entendia o motivo de esperar sendo que eu poderia ir lá e fazer, não via sentido em observar as coisas acontecendo e ficar parada. Só que em algumas vezes, não estamos prontos para ir e fazer alguma coisa. O "ir" é sempre a parte mais fácil. 


       Por exemplo: Dirigir. Você pode ir e tirar a tão ansiada carta. Mas dirigir com orientação, alguém te ajudando do lado, é um coisa, agora, encarar o transito de sampa, com suas buzinas, cortes e xingamentos, IPVA, gasolina, multas, é outra. O "ir" foi tirar a carta, o "fazer" é encarar o que você não considerou na hora de "ir".

       Sabe aquele problema que começou pequeno, bem longe de você? Isso, aquele mesmo que você escondeu em baixo do tapete. Então, ele cresce. Junta-se com outros problemas também deixados de lado, e vem correndo em sua direção. Correr? Não. Gritar por ajuda? Também não. Você simplesmente esta parado, de boca aberta, com os braços caídos ao lado do corpo, olhos arregalados. E sem ter nem tempo de se proteger com as mãos, os problemas te atingem, te derrubam, te jogam longe. Quando você consegue levantar, te dão um gancho de direita. Esses problemas são consequências do seu "ir". Todos temos objetivos, metas, planos, vontades, e isso alimenta nossa esperança, nos move. E claro, todos queremos chegar lá. Mas muitos esquecem das barreiras, das infelizes limitações, do tempo de preparo, das consequências, se pode causar problema a terceiros. 

       Portanto, aos que dizem que ser direta é uma qualidade, eu digo que as vezes nem tanto. Tomar decisões bem pensadas é fundamental, quebrar a cara é inevitável. O bom disso é que crescemos e adquirimos a capacidade de ajudar a outros em situações parecidas. Ter calma e dar tempo para sua cabeça esfriar é o melhor a se fazer.