5 de dez. de 2016

Eu não consigo dormir ...



Bom, esse ano eu fui o 12. Número exato de meses do ano.
Dezembro sempre vem acompanhado de pessoas gratas pelo que aconteceu ao longo do ano. É o mês onde vemos luzes, decorações, cor vermelha em quase todo lugar, vemos afeto, abraços longos e comemos até não aguentar mais ver comida na nossa frente - a não ser que seja sorvete.
Dezembro sempre me faz bem, me trás momentos bons com a minha família e amigos. Todos, sempre com o coração transbordando de gratidão. Muitos dos meus amigos postam agradecimentos as pessoas que tiveram ao lado ao longo ano. Eu poderia postar também. Mas esse post não vai ser desses...
2016 começou bem, tudo ia como o esperado, escola nova, amigos novos, rotina nova... Até março mais ou menos. Um dia, com nada de especial, acordei estranha, enjoada, inquieta, enquanto escovava os dentes, meu coração apertou que até doeu no peito. Engoli o dramin e fui pra aula, que correu normal, sem nada de mais.
Com o passar dos meses só piorou. Conversei com várias pessoas sobre isso, mas todos me disseram a mesma coisa: Que frescura. Como eu disse, fui o 12. No meio do ano, com a chegada da festa junina, me envolvi mto com a gincana da escola. O que valeu a pena, pois ganhamos a festa junina. Isso me animou por um tempo.
As férias do meio do ano acabaram, hora de voltar a rotina. Rever os amigos é sempre sensacional. Tenho que subir uma rampa até que grandinha e andar um pouco pelo corredor pra chegar na minha sala. Subi em grupo, rindo alto com meus amigos, como sempre. Eu fui o 12.
No final da rampa meu estomago deu uma reclamada, que eu ignorei, mas cada passo que eu dava, me faltava ar, meu estomago tava girando na minha barriga e eu comecei a ficar tonta. Encostei no murinho que da pra ver a rua e respirei fundo.
Os dias vivaram eternidades, os enjoos e ânsias frequentes. Um sufoco espremia minha garganta, as vozes das pessoas criavam paranoias que ficavam gritando na minha cabeça. Eu comecei a me entupir de dramin, assim dormia a tarde toda, virou minha droga, não queria acordar, não tirava os fones, quando eu deitava, a pressão no meu corpo era quase insuportável. Até que um dia, de noite, mesmo com o dramin, coloquei até o que não tinha pra fora, por causa dos enjoos, eu não comia - dois desmaios no mesmo dia. O médico me disse que era virose. Descobri que não. Aquele finalzinho da rampa, o corredor virou minha tortura, eu segurava no meu pretinho, que sempre tava sorrindo pra mim, e pedia pra que isso parasse. Tinha alguma coisa pesando nas minhas costas, bloqueando minha visão. Nem vou contar de quantas vezes minha rinite atacou, das enxaquecas, das febres e das dores no corpo. Meu coração batia tão rápido que chegava a doer, mesmo sentada. Minha alma ficou doente. Durante vários momentos do dia, eu saia, sentia minhas pernas falharem, não respirava.

Mas como eu disse, eu fui o 12. E sempre vou ser um número, sempre vou ser mais uma. Eu sou a estatística, eu sou a porcentagem. Eu só faço volume. Eu sou uma a menos, ou uma a mais - afinal, tanto faz. É frescura, não quer nada da vida, tá fazendo show. Eu sou aquele zero a esquerda que não faz falta.

Outras trocentas coisas que apertaram mais ainda o nó na minha garganta aconteceram. Me sufoquei sozinha.

Te digo, não é frescura, é bem sério até. Se quiser ajuda, pode chamar. Ansiedade e depressão são as piores doenças, pois são doenças da alma. Ninguém leva a serio. Mas relaxa, te digo que tudo passa. Se quiserem, to aqui.

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